Funcionárias com filhos destacam o bem-estar e a segurança como diferenciais, no setor da mineração.
Combate à desigualdade de gêneros
Ser mãe e se dedicar a uma carreira, requer a superação de muitos desafios diários.
Os estudos apontam as mulheres como o segmento social mais desfavorecido economicamente, principalmente nos países em desenvolvimento. Eles ainda mostram que 43% das entrevistadas afirmam que na hora de dividir as tarefas relativas à criação dos filhos, ficam com uma parte maior do que a de seus parceiros.
Num ambiente predominantemente masculino como o da mineração, o desafio aumenta e cada vez mais as empresas buscam condições para suprir as necessidades de suas funcionárias, incentivando a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres para formar uma sociedade mais justa.
A equidade de gêneros precisa estar na agenda das empresas, para que as mulheres realmente sejam valorizadas e tenham cada vez mais espaço no setor.
Emily Hahn, a pioneira na área da mineração
Emily “Mickey” Hahn, (14 de janeiro de 1905 – 18 de fevereiro de 1997) natural de St. Louis, Missouri, EUA, foi jornalista e autora de livros e vários artigos. É considerada uma das primeiras feministas e foi a pioneira ao se formar em Engenharia de Minas no mundo, na década de 1920.
Apaixonada pela escrita e pelo belo, cursava Artes, quando decidiu mudar seu curso para Engenharia de Minas, depois de ouvir de um professor que “A mente feminina é incapaz de compreender mecânica ou matemática superior ou qualquer um dos fundamentos da mineração ensinados na engenharia”. Enfrentando todos os obstáculos, foi a primeira mulher a formar-se em Engenharia de Minas, em 1926.
Ela deixou um legado que impulsionou mulheres a buscarem um lugar nas empresas que atuam nas áreas de extração, beneficiamento, transporte e exportação do minério, rompendo a barreira da exclusão de gênero imposto historicamente às mulheres. À ela, a nossa homenagem!
Realidade brasileira
O interesse e a busca de mulheres por faculdades como as de Geologia e Engenharia de Minas cresce continuamente desde a década de 1960, porém muitas vezes o trabalho delas não se destaca, pelo fato de serem designadas para os setores de planejamento e meio ambiente, não desenvolvendo tarefas para as quais se prepararam, como a produção e o tratamento do minério.
A realidade ainda se distancia do ideal, embora as mulheres estejam presentes há algum tempo nas minas, inclusive as subterrâneas, responsáveis por tarefas pesadas, e enfrentando todos os tipos de preconceitos e dificuldades, como mostra muito bem o filme “Terra Fria”.
Dificuldades à vista
Ainda há muito a se fazer. A valorização da mulher na mineração é um dos desafios propostos na Carta de Compromisso do IBRAM para a promoção da diversidade e inclusão no setor. Segundo dados da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, a participação de mulheres no setor mineral é de apenas 13%, ante 44% dos demais mercados.
O setor de mineração é cheio de desafios para a mãe mineradora, que muitas vezes é desestimulada e tem que romper essa relação contraditória entre a maternidade e o desejo de trabalhar com o que gosta e se capacitou para exercer.
O preconceito, a falta de políticas que incentivem as mães a deixarem seus filhos em segurança para “entrarem de cabeça” no mundo da mineração, a desigualdade de gêneros, que prioriza o trabalho masculino, dentre outros motivos, dificultam a inserção da mulher nesse mercado.
A inclusão da mulher na mineração
Tentar barrar a entrada de uma mãe no cenário mineral é uma visão antiquada e se torna cada vez mais claro que qualquer política nessa área deve ser feita levando em consideração o papel fundamental da mulher, valorizando economicamente as funções exercidas por ela nesse contexto social, e fazendo visível sua contribuição ao setor mineral, individualmente ou em associações, sindicatos e outras formas de organização.
Maternidade e mineração podem sim, conviver de forma harmônica.
Convidamos a todos a valorizar este tema, tendo como objetivo a consolidação da presença feminina na mineração, sua valorização e o reconhecimento social de seu importante papel.
E você, mãe mineradora, como se sente nesse cenário? Conte-nos sua experiência e divulgue nosso post em suas redes sociais!